Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (10) para desmantelar uma organização criminosa que desviava mercadorias apreendidas e facilitava o contrabando e o descaminho na região oeste do Paraná. A ação, batizada de Operação Spoliare, cumpriu sete mandados de prisão e 32 de busca e apreensão em dez cidades do estado e de São Paulo.
A investigação começou a partir de levantamentos da Corregedoria da PRF, que identificou indícios de envolvimento de servidores públicos no esquema. A PF assumiu o caso e contou com o apoio do Ministério Público. Segundo a PF, os suspeitos desviavam mercadorias apreendidas, como eletrônicos, perfumes, bebidas e vestuário, dando destinação diversa da determinada em lei, com o objetivo de obter vantagens financeiras ilícitas. Eles também vendiam os produtos em plataformas de comércio eletrônico ou contavam com a ajuda de particulares para distribuir o material, principalmente para o estado de São Paulo.
Dos sete mandados de prisão cautelares expedidos pela 3ª Vara Federal de Foz do Iguaçu, quatro foram contra policiais rodoviários federais - um deles já aposentado - e três contra civis. Outros sete policiais rodoviários federais investigados foram afastados de suas funções e responderão a processo administrativo disciplinar, que pode resultar na pena de demissão.
A operação mobilizou mais de 150 policiais federais e 56 policiais da Corregedoria da PRF. As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Céu Azul, Cascavel, Toledo, Telêmaco Borba e Curitiba, no Paraná, e São Paulo, na capital paulista.
Os servidores públicos envolvidos responderão por crimes contra a administração pública, como peculato, corrupção passiva e prevaricação. As penas máximas somadas ultrapassam 30 anos de prisão. Os particulares que agiram em conluio com eles também responderão criminalmente por suas condutas.
Durante o cumprimento dos mandados, as equipes policiais encontraram grande quantidade de dinheiro em um cofre oculto na parede e anotações, que foram apreendidos.
O nome da operação é uma palavra de origem latina que significa “esbulhar da posse; privar de alguma coisa ilegitimamente, tirando-a por fraude ou violência; esbulhar da posse de alguma coisa; roubar”, fazendo alusão às condutas ilícitas praticadas pelos suspeitos.
